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Entenda o que diz a Súmula 7 do STJ

Entenda como a Súmula 7 do STJ impede o reexame de provas no recurso especial e saiba em quais casos o Superior Tribunal de Justiça pode rejeitar o pedido com base nesse entendimento.

Giulia Soares

28 de abril de 2025

4 min de leitura

O que é a Súmula 7 STJ?

A Súmula 7 do STJ dispõe o seguinte:

A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.

Isso significa que o Superior Tribunal de Justiça não pode ser acionado apenas para reavaliar provas que já foram analisadas pelas instâncias inferiores.

Em outras palavras, o STJ não atua como uma "terceira instância" revisora de fatos e provas. Seu papel é uniformizar a interpretação do direito federal infraconstitucional no país, não reexaminar matérias fáticas ou probatórias.

Portanto, quando o recurso especial busca exclusivamente a rediscussão do conjunto probatório, ele será obstado pela incidência da Súmula 7.

Por que a Súmula 7 do STJ foi criada?

A criação da Súmula 7 do STJ atende à necessidade de delimitar o campo de atuação do Superior Tribunal de Justiça. O objetivo principal é evitar que o tribunal seja sobrecarregado com a reapreciação de provas e fatos, atividades que competem às instâncias ordinárias.

Com a súmula, o STJ concentra seus esforços no exame de questões de direito, promovendo a segurança jurídica, a isonomia e a uniformidade na interpretação da legislação federal.

Essa limitação processual preserva a função do STJ como corte de precedentes, afastando seu papel como tribunal revisor de fatos.

Exceções à aplicação da Súmula 7 do STJ

Apesar de ser uma regra geral, a Súmula 7 do STJ admite exceções em algumas hipóteses específicas:

  • Erro de direito na análise da prova: Quando a instância inferior não discute a existência dos fatos, mas realiza uma incorreta interpretação jurídica sobre eles. Nesse caso, o reexame não seria de fatos, mas de direito.
  • Prova incontroversa: Se o acórdão recorrido deixa de aplicar corretamente o direito a fatos que são incontroversos nos autos, o recurso especial é viável.
  • Divergência jurisprudencial: Quando a controvérsia é sobre a valoração jurídica das provas (e não sobre a existência ou inexistência de fatos), é possível sustentar o recurso especial.

Assim, o advogado precisa analisar cuidadosamente se a matéria envolve apenas reexame de fatos ou se existe efetivamente uma tese jurídica que desafia a Súmula 7.

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Qual a importância prática da Súmula 7 do STJ para advogados?

Conhecer a Súmula 7 do STJ é imprescindível para quem atua com recursos especiais. A má interpretação desse enunciado pode levar ao indeferimento liminar do recurso ou à sua não admissibilidade, causando prejuízo ao cliente e desperdício de tempo e recursos.

Ao estruturar um recurso especial, é essencial que o advogado demonstre que a matéria impugnada é de direito e que a decisão recorrida violou norma jurídica federal — sem pedir nova análise das provas.

Além disso, o domínio sobre a Súmula 7 auxilia na formulação de estratégias recursais mais seguras, seja para recorrer, seja para contestar admissibilidade de recursos da parte contrária.

Conclusão

A Súmula 7 do STJ desempenha um papel fundamental no sistema recursal brasileiro, delimitando o que pode e o que não pode ser discutido em recurso especial.

Advogados devem ter atenção redobrada para evitar que seus recursos sejam barrados por pretenderem a simples reanálise de provas.

Saber identificar quando a súmula se aplica e quando é possível excepcioná-la é essencial para aumentar as chances de sucesso em demandas perante o Superior Tribunal de Justiça.

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O conteúdo desta página refere-se à legislação vigente no momento da publicação.

Giulia Soares

OAB/SP 471.425

Advogada. Bacharel em Direito pela Universidade Paulista. Especialista em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

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