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Planejamento Sucessório: Entenda o Que É

Planejamento sucessório é o conjunto de medidas tomadas em vida para organizar a transmissão do patrimônio aos herdeiros, evitando conflitos e reduzindo custos com inventário e tributos.

Giulia Soares

06 de junho de 2025

5 min de leitura

O que é planejamento sucessório e por que isso importa?

Planejamento sucessório é o conjunto de medidas legais que uma pessoa pode adotar em vida para organizar a transmissão dos seus bens após o falecimento.

Mais do que uma solução jurídica, trata-se de uma forma inteligente de evitar litígios familiares, reduzir custos com impostos e garantir segurança na transição patrimonial.

Imagine poder entregar ao seu cliente uma estratégia que:

  • Impede que os bens fiquem bloqueados por anos na Justiça;
  • Garante que os herdeiros recebam sua parte com agilidade e clareza;
  • Reduz o ITCMD, evita dupla tributação e permite previsibilidade fiscal.

Isso é valor. E isso é o que o cliente procura em um advogado moderno e estratégico.

Ferramentas práticas do planejamento sucessório

Você, como operador do Direito, tem um leque de instrumentos legais à disposição. Entre os principais estão:

  • Testamento público ou cerrado: Define a vontade do titular dos bens e permite organizar a distribuição de forma justa e clara.
  • Doações em vida com cláusulas protetivas: Permitem transferir patrimônio mantendo usufruto, inalienabilidade ou reversão — protegendo o bem e o doador.
  • Holdings familiares: Instrumento sofisticado que organiza o patrimônio em uma estrutura societária, facilita a sucessão e reduz carga tributária.
  • Previdência privada e seguros: Permitem deixar recursos fora do inventário, com liquidez imediata para os beneficiários.
  • Trusts internacionais: Estruturas estrangeiras para proteção e administração patrimonial.

Essas alternativas permitem ao titular organizar a sucessão de forma personalizada e eficiente, conforme suas necessidades e desejos.

Benefícios do planejamento sucessório (para todos os lados)

Para o ClientePara o Advogado
Redução de custos e impostosAtuação preventiva e personalizada
Agilidade na partilha de bensGeração de honorários recorrentes
Evita disputas entre herdeirosFortalece o relacionamento com o cliente
Preserva o legado familiarAumenta o ticket médio dos serviços

Evitando o inventário judicial com o planejamento sucessório

Com o falecimento, é necessário realizar o inventário para formalizar a transmissão dos bens.

A Lei nº 11.441/2007 trouxe a possibilidade do inventário extrajudicial, realizado em cartório, desde que todos os herdeiros sejam maiores, capazes e concordes com a partilha.

O planejamento sucessório atua para facilitar esse procedimento, reduzindo o risco de disputas judiciais, a morosidade e os custos envolvidos no processo tradicional.

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O objeto da sucessão: legítima, meação e parte disponível

Considerando regimes matrimoniais com comunhão total ou parcial, o patrimônio a ser partilhado compreende:

  • Meação: parcela pertencente ao cônjuge ou companheiro sobrevivente, equivalente à metade dos bens adquiridos durante a união.
  • Legítima: parte da herança que obrigatoriamente deve ser destinada aos herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge).
  • Parte disponível: fração que o autor da herança pode livremente dispor, por exemplo, via testamento, beneficiando terceiros ou privilegiando herdeiros específicos.

O respeito a essa divisão é fundamental para a validade do planejamento sucessório e do inventário.

Por que seu cliente precisa de você nesse processo?

Muitos acreditam que fazer um testamento é suficiente. Mas o verdadeiro diferencial está no planejamento integrado, que exige conhecimento jurídico, visão estratégica e atualização constante.

O advogado é essencial para:

  • Avaliar o perfil da família e os bens envolvidos
  • Aplicar a legislação sucessória e tributária vigente
  • Evitar nulidades, disputas e falhas que podem gerar prejuízos irreversíveis

E mais: com a Resolução 571/2024 do CNJ, o inventário extrajudicial ganhou mais força, mesmo nos casos com menores ou testamento — reforçando ainda mais a relevância do planejamento antecipado.

Como aplicar o planejamento sucessório no seu escritório?

  • Eduque seus clientes: muitos não sabem que isso é possível — posicione-se como autoridade no tema.
  • Ofereça consultorias patrimoniais: transforme esse serviço em produto jurídico recorrente.
  • Esteja atento às mudanças legais: como a nova resolução do CNJ, que facilita procedimentos antes exclusivamente judiciais.
  • Crie parcerias com contadores e notários: isso pode destravar oportunidades e otimizar resultados.

Conclusão: um diferencial que fideliza e gera valor

O planejamento sucessório é mais do que uma tendência — é uma necessidade prática e emocional para seus clientes.

Ao dominar esse campo, você se posiciona como um advogado que entrega soluções completas, que evitam conflitos e protegem o patrimônio construído com esforço.

Em tempos de desjudicialização e valorização da eficiência, quem se antecipa na organização patrimonial entrega mais do que Direito: entrega paz, segurança e legado.

O conteúdo desta página refere-se à legislação vigente no momento da publicação.

Giulia Soares

OAB/SP 471.425

Advogada. Bacharel em Direito pela Universidade Paulista. Especialista em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).