
Pedido de Reconsideração: O Que É e Como Funciona
Pedido de reconsideração é um requerimento feito à própria autoridade que proferiu uma decisão, solicitando que ela reveja ou modifique seu ato antes de recorrer a instâncias superiores.
Giulia Soares
31 de outubro de 2025
9 min de leitura
Giulia Soares
31 de outubro de 2025
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Pedido de reconsideração: entenda como funciona e seus efeitos
O pedido de reconsideração é um instrumento jurídico que permite a uma parte solicitar que o juiz ou tribunal reanalise uma decisão já proferida.
Embora não seja tecnicamente um recurso, essa ferramenta é amplamente utilizada para corrigir possíveis erros ou omissões antes de se recorrer a instâncias superiores, economizando tempo e recursos.
O que é pedido de reconsideração?
Trata-se de um pedido feito à própria autoridade que proferiu a decisão, com o objetivo de revisar ou complementar os fundamentos da sentença ou decisão monocrática.
Geralmente, o pedido é apresentado quando a parte identifica novas evidências, argumentos ou omissões que podem alterar a compreensão do magistrado.
Diferentemente dos recursos previstos no Código de Processo Civil, o pedido de reconsideração não possui previsão legal expressa, sendo considerado uma forma de provocar reflexão do juiz sobre a decisão tomada.
Para que serve o pedido de reconsideração?
O principal objetivo é possibilitar a correção de decisões sem a necessidade de recorrer a tribunais superiores. Além disso, ele ajuda a:
- Garantir a justiça e a correta aplicação do direito;
- Evitar a interposição de recursos desnecessários;
- Permitir a complementação ou ampliação dos fundamentos da decisão;
- Assegurar que novas informações relevantes sejam consideradas pelo magistrado.
Quando o pedido de reconsideração é cabível?
O pedido é cabível, principalmente, em decisões monocráticas, quando:
- Há erro ou omissão evidente;
- Surgem novos elementos que podem influenciar a decisão;
- É necessário esclarecer ou complementar os fundamentos sem alterar o resultado.
Importante destacar que contra decisões colegiadas (acórdãos), o pedido de reconsideração é geralmente incabível.
Efeitos do pedido de reconsideração
Quando o juiz decide o pedido de reconsideração com nova fundamentação, mesmo mantendo o resultado, o ato pode gerar efeitos semelhantes aos embargos de declaração parcialmente acolhidos. Isso inclui:
- Interrupção do prazo recursal;
- Reconhecimento de nova fundamentação que deve ser considerada para eventual recurso;
- Garantia do contraditório e da dialeticidade processual.
Critérios para reconhecimento do pedido de reconsideração
Para que o pedido produza efeitos práticos, alguns critérios devem ser observados:
- A decisão apresenta nova fundamentação, mesmo que mantenha o resultado;
- O pedido é apresentado dentro do prazo legal dos embargos de declaração (5 dias);
- Trata-se de decisão monocrática, não colegiada;
- A decisão revisada pode iniciar o prazo recursal;
- Se o juiz não se manifesta ou rejeita o pedido sem fundamentação, recomenda-se interpor o recurso cabível.
Cooperação, contraditório e não surpresa
O pedido de reconsideração está alinhado aos princípios do CPC, como:
- Cooperação entre as partes (art. 6º);
- Não surpresa (art. 10);
- Dialeticidade e contraditório (art. 932, III).
Isso significa que a parte tem o direito de se manifestar sobre os fundamentos da decisão e, quando estes são ampliados, o prazo para recurso deve ser contado a partir da nova manifestação.
Modelo de pedido de reconsideração
AO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO PAULO.
PROCESSO Nº 0000000-00.0000.8.26.0000
REQUERENTE, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, o qual move em face de REQUERIDA, por intermédio de sua advogada e bastante procuradora que esta subscreve, vem, mui respeitosamente a presença de V. Ex., se manifestar nos termos que seguem.
Excelência,
As sentenças lançadas nos IDs 100 e 200 padecem de vício, por não refletirem com fidelidade a realidade processual, sendo fruto de equívoco da serventia quanto à identificação correta do processo.
Em ID 89 (28/03/2021), a Exequente foi intimada para manifestação nos autos, o que foi devidamente atendido em ID 250 (04/04/2021), com a juntada do substabelecimento do novo patrono.
Em 22/05/2021, o processo foi movimentado para o status de "concluso para despacho", e, em sequência, houve nova juntada de substabelecimento em ID 270 (18/08/2022), habilitando nova procuradora nos autos.
Todavia, em ID 244 (24/08/2021), foi proferido despacho para certificação do trânsito em julgado, sem que houvesse qualquer sentença ou decisão de mérito que o justificasse.
Em ID 244 (26/10/2022), foi expressamente certificado que eventual sentença que determinava o recolhimento de custas finais dizia respeito ao processo de nº 0000001-00.0000.8.26.0001, e não ao presente processo.
Apesar disso, em ID 302 (02/04/2022), foi determinada a intimação da Exequente para recolhimento de custas finais com base em sentença equivocadamente atribuída a este feito.
O erro foi novamente evidenciado na certidão de ID 296 (24/05/2023), que confirmou que a sentença de extinção se referia ao processo diverso, qual seja, o de nº 0000001-00.0000.8.26.0001. Na mesma certidão, foi informado que a parte deixou transcorrer in albis o prazo para recolhimento das custas finais, o que novamente se mostra incompatível com a realidade destes autos, uma vez que o processo continua ativo e não foi extinto.
Em ID 400 (08/10/2023), a Exequente requereu a inclusão do sócio da Executada no polo passivo da execução. Não obstante, em ID 100 (24/12/2023), foi proferida sentença que indevidamente alegou a ausência de recolhimento de custas finais, ignorando que não houve extinção do processo, tampouco determinação válida de recolhimento.
A Exequente opôs embargos de declaração em ID 405 (07/01/2024), apontando o erro material e a confusão entre os processos. Contudo, os embargos foram julgados sem enfrentamento das questões levantadas, reiterando o equívoco da inexistência de recolhimento de custas, referente, na realidade, ao processo nº 0000001-00.0000.8.26.0001.
Importante destacar que as custas iniciais foram regularmente recolhidas, conforme demonstrado junto a petição inicial. Por sua vez, custas finais só são exigíveis em caso de extinção do feito, o que não ocorreu nos presentes autos.
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A reconsideração das decisões proferidas nos IDs 100 e 200, reconhecendo-se o vício decorrente da confusão com processo diverso;
b) O reconhecimento da inexistência de extinção no presente processo, bem como da inexistência de obrigação de recolhimento de custas finais;
c) A regular tramitação do feito, com apreciação do pedido de inclusão de sócio da Executada no polo passivo (ID 400).
Nestes termos, pede deferimento.
São Paulo/SP, 31 de outubro de 2025.
Advogada (o)
OAB/UF nº
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